05.08.25
O "não" que escutamos, tantas vezes, machuca, frustra, silencia. Porém, é também um mestre oculto, um educador da alma. Cada recusa que nos atravessa traz consigo uma oportunidade — a de refletir sobre nossos desejos, limites e principalmente sobre o modo como tratamos os outros. Nem sempre compreendemos de imediato o motivo de um "não". Às vezes, ele nos parece injusto ou duro demais. Mas, com o tempo e maturidade, começamos a perceber que há aprendizados profundos por trás das negativas que recebemos. Elas moldam a nossa empatia. É nesse ponto que o discernimento se forma. Quando alguém nos pede algo e estamos prestes a negar, somos levados — se atentos — a lembrar das vezes em que estivemos do outro lado. Aquela porta fechada, aquela ajuda não dada, aquela escuta negada... tudo retorna à consciência como um convite à compaixão. Não se trata de dizer “sim” a tudo e todos, mas de pensar antes de negar. Pensar se a negativa vem da razão ou da indiferença. Se estamos colocando nossos limites de forma amorosa ou apenas reproduzindo o que nos feriu. Porque, ao recordar o que nos foi negado, somos chamados a sermos mais humanos, mais justos, mais conscientes. O "não" que escutamos nos educa — não para endurecer o coração, mas para torná-lo mais sábio ao decidir quando, como e por que dizer “não” aos outros.