Diário Espiritual

Mas, na prática, o que sustenta a vida são os gestos pequenos que repetimos todos os dias.

Descobri que reservar cinco minutos pode ser suficiente. Cinco minutos para respirar fundo, para ler uma página que inspira, para agradecer em silêncio, para olhar o céu sem pressa. Pode parecer pouco, mas são nesses intervalos que a alma se reencontra consigo mesma.

O curioso é que a vida continua exigindo muito de nós: trabalho, cobranças, imprevistos. Nada disso desaparece só porque paramos por alguns instantes. Mas, quando cultivamos pequenos rituais, algo dentro de nós muda. O que antes era peso começa a ser visto com mais calma; o que parecia impossível, já não assusta tanto. É como se Deus aproveitasse esse espaço para sussurrar que não estamos sozinhos.

Esses momentos não precisam ser iguais para todo mundo. Para alguns, é a oração. Para outros, é escrever algumas linhas no diário, ouvir uma música suave ou simplesmente fechar os olhos e respirar. O importante não é o formato, mas a presença. O que vale é se permitir estar inteiro, mesmo que por pouco tempo.

Porque, no fundo, não é a quantidade de horas que transforma o dia, é a qualidade dos instantes. Quem aprende a se entregar nesses pequenos respiros vai descobrindo que a paz de Deus não está reservada só para os momentos extraordinários. Ela se constrói no detalhe, silenciosamente, dentro de nós.

Cinco minutos de entrega podem mudar o rumo de um dia inteiro.