Diário Espiritual
Achava que tristeza, raiva ou medo eram sinais de fraqueza, e que o certo seria mostrar força sempre. Mas o que a gente tenta calar não desaparece, só ganha espaço dentro de nós.
A vida me ensinou que não é fugindo que a dor se transforma. Quando nos permitimos sentir, sem pressa de resolver, abrimos caminho para a cura. Cada sentimento guarda uma mensagem: a tristeza revela o que tem valor, a raiva aponta limites, o medo nos convida à fé. Nada disso é castigo, são lembretes de que ainda estamos aprendendo.
Aceitar não significa se perder no desespero, mas acolher nossa humanidade com ternura. Até Jesus chorou e sentiu angústia. Se Ele não recusou sentir, por que nós deveríamos?
Deus não nos pede que sejamos de pedra. Ele nos chama a ser inteiros. E inteiros só seremos quando dermos lugar a todas as nossas partes, até às que parecem frágeis. Porque a espiritualidade não anula o humano: ela o ilumina.
Toda emoção, quando acolhida, se transforma em caminho de paz.