Diário Espiritual

A gente muda de cidade, de casa, até de companhia… e, ainda assim, a alma pode continuar dormindo no mesmo lugar em que foi ferida.

Escrevi um conto em que a estrada representava o novo. Mas a cozinha, cheia de cheiros antigos, objetos que guardam histórias, silêncios pesados, lembrava que há partes de nós que insistem em ficar no passado.

Jesus falava muito sobre isso, de formas simples e profundas.

Quando disse “ninguém põe vinho novo em odres velhos”, Ele não falava apenas de recipientes e bebidas, mas da vida. Não adianta tentar colocar um caminho novo dentro de uma estrutura moldada pelo velho. Antes de viver o novo, é preciso perceber onde ainda estamos guardando o coração.

E lembro também de outra frase: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

O tesouro não é só o que amamos… é também o que alimentamos, mesmo sem perceber. Às vezes, o tesouro que ocupa o coração é uma lembrança amarga, um lugar que já não nos cabe, mas que seguimos visitando por hábito.

Hoje, eu me pergunto: onde minha alma está dormindo?

E, mais do que isso, em que lugar eu quero que ela acorde?

A minha resposta está se construindo devagar, como quem volta para a estrada depois de ter coragem de entrar na cozinha e encarar tudo o que ainda estava lá.

Seguir em frente não é correr… é escolher onde o coração repousa.

Luh Oliveira

Luh Oliveira, escritora, estrategista de marketing e produtora de conteúdo. Apaixonada por espiritualidade e desenvolvimento pessoal, une sua experiência em pesquisa científica, comunicação e reprogramação mental para inspirar transformação.

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