Diário Espiritual
Sem perceber, vamos sendo uma pessoa diferente para cada olhar que cruza o nosso caminho. Para uns, você parece calado. Para outros, fala demais. Há quem se lembre de você com carinho, e há quem nem guarde sua lembrança. Alguns podem te enxergar como herói. Outros, como vilão.
E no meio disso tudo, seguimos sendo nós. Mas não o mesmo para todo mundo. Porque a verdade é que somos feitos de versões. Versões que ficam guardadas na memória dos outros. Versões que nascem em dias bons, dias ruins, em instantes de luz e também de sombra.
O curioso é que nunca vamos saber completamente o impacto da nossa presença. Nem do nosso silêncio. Não sabemos como soa a nossa risada para os outros, nem o que realmente fica quando partimos.
Mas Deus sabe. Ele conhece o que somos além das aparências, além dos rótulos, além das impressões apressadas. Ele conhece a verdade que só o íntimo revela, aquela que nem nós conseguimos explicar.
E é isso que me traz paz: não preciso controlar como me veem, nem me encaixar em todas as versões criadas sobre mim. Preciso apenas ser sincera diante de Deus e aprender a repousar nessa verdade.
Porque, no fim do dia, quando todas as vozes se calam, a única versão que permanece é aquela que encontra descanso n’Ele.
Aos olhos do mundo somos muitos, mas diante de Deus somos inteiros.