Diário Espiritual
Às vezes, os pensamentos parecem correntes silenciosas.
A gente tenta seguir em frente, mas algo nos puxa de volta:
uma crítica que ecoa, uma lembrança que fere,
uma ideia que diz que não somos bons o bastante.
São vozes que moram dentro, mas que, com o tempo, começam a nos afastar de quem somos.
E quando nos damos conta, estamos vivendo uma vida
que tenta apenas sobreviver aos próprios pensamentos.
Mas Santo Agostinho, com sua lucidez serena, nos deixou um caminho:
“Não queiras sair de ti; entra em ti mesmo, pois no interior do homem habita a verdade.”
É estranho pensar que, para encontrar Deus,
precisamos passar primeiro por dentro da gente.
Pelas culpas, pelos medos, pelos impulsos que nos envergonham.
Mas é ali, e não fora, que a verdade começa a brilhar.
Porque autoconhecimento não é se encher de certezas…
É se esvaziar do que prende, e voltar ao essencial.
E às vezes, o essencial é só uma oração sincera:
“Senhor, faze que eu me conheça… para que eu Te conheça também.”
Os pensamentos podem nos aprisionar.
Mas também podem ser a porta pela qual voltamos para casa.