Diário Espiritual

Às vezes, ela se esconde nos detalhes:

na maneira como alguém responde com superioridade,

no silêncio que parece seletivo,

na sensação constante de estar sendo corrigido até quando só se queria compartilhar algo simples.

Há pessoas que, sem perceber, ocupam todos os espaços.

Sabem de tudo, explicam tudo, corrigem tudo.

E aos poucos, a espontaneidade do outro começa a se calar.

Não por falta de assunto,

mas por excesso de tensão.

Em certas relações, o que adoece não é o que é dito mas o que é anulado.

A leveza vira cuidado excessivo com cada palavra.

A escuta vira espera por uma correção.

A alegria vira defesa.

E então surge o incômodo silencioso:

Por que a presença do outro me faz encolher?

Esse desconforto é um alerta da alma.

Um lembrete de que relações saudáveis não exigem esforço constante para ser aceito.

Não é preciso se explicar o tempo todo para existir ao lado de alguém.

Nem sempre é maldade. Às vezes, é apenas inconsciência.

Mas isso não anula o efeito.

Por isso, quando o vínculo começa a ferir mais do que nutrir,

vale a pena se perguntar:

Estou sendo eu? Ou estou apenas tentando caber?

Toda presença que apaga, fere. Toda escuta que acolhe, cura.

Luh Oliveira

Luh Oliveira, escritora, estrategista de marketing e produtora de conteúdo. Apaixonada por espiritualidade e desenvolvimento pessoal, une sua experiência em pesquisa científica, comunicação e reprogramação mental para inspirar transformação.

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