Diário Espiritual
Às vezes, alguém do passado bate à sua porta não com as mãos, mas com a energia, e entra sem pedir licença, trazendo histórias que já não lhe pertencem.
Você, por amor ou hábito, se senta e ouve. Quer compreender, quer consolar.
Mas enquanto acolhe, sente algo lhe tomando espaço, força e silêncio.
Não é sobre rejeitar o outro, é sobre lembrar que até o coração tem fronteiras.
A espiritualidade nos ensina que energia também é porta: se deixamos aberta para o que nos esvazia, logo não teremos luz para oferecer a quem realmente precisa.
Nem toda dor que chega é nossa para carregar.
Nem toda conversa precisa se prolongar.
Nem toda troca é justa.
Jesus também se retirava para descansar e orar. Até Ele, que podia tudo, se recolhia para restaurar a própria luz.
Porque amar não é se consumir: é permanecer aceso para iluminar.
Hoje, mantenha as portas do coração abertas para o amor, mas aprenda a fechar para o que rouba sua paz.
O espírito também precisa de descanso para se preparar para o que virá.