Diário Espiritual
Que basta repetir palavras bonitas, acender uma vela, estar presente no templo. Mas dentro de si segue o vazio como se nada tivesse mudado.
Aprendi que religião pode ser apoio, mas não é garantia. O essencial não está no rito em si, mas no sentido que damos a ele. Porque não adianta recitar orações longas se o coração permanece fechado; não adianta cumprir todas as tradições se, no íntimo, não há presença.
Espiritualidade não é barganha com o sagrado, mas confiança no dia a dia. É transformar a fé em gesto: no cuidado com quem sofre, na palavra que consola, na paciência diante das dificuldades.
Jesus mostrou isso de maneira simples. Ele orava, sim, mas também se sentava à mesa com os pobres, olhava para os esquecidos, estendia a mão aos doentes. Sua fé era vida em movimento, não apenas palavras.
Entendi que não importa o rótulo da crença, mas o quanto ela nos transforma por dentro e nos aproxima dos outros. No fim, espiritualidade é viver de tal forma que a presença de Deus se reconheça nos detalhes.
Espiritualidade não é falar sobre Deus, é aprender a vivê-Lo.