Diário Espiritual
Não é impaciência, é a alma reconhecendo onde já não existe respeito.
Por muito tempo, confundi amor com tolerância sem medida. Achava que aceitar qualquer comportamento era prova de paciência, que me calar diante do que feria era sinônimo de bondade. Mas aprendi que suportar o que fere não é virtude, é descuido comigo mesma.
O amor não se perde quando estabelecemos limites. Pelo contrário: ele se torna mais verdadeiro. Porque só pode florescer onde existe respeito mútuo. Sem isso, o que chamamos de amor se transforma em dependência ou medo de ficar só.
Estabelecer limites não é erguer muros, é traçar caminhos mais saudáveis. É reconhecer onde posso permanecer inteira e onde preciso seguir adiante. É permitir que a paz seja critério, e não o medo de perder alguém.
Jesus nos ensinou a amar sem medida, mas nunca pediu que apagássemos a nós mesmos. Ele mostrou amor na firmeza também, lembrando que dignidade e respeito são inseparáveis do cuidado verdadeiro.
Por isso, não é intolerância. É amor próprio. É compreender que a paz que Deus colocou dentro de mim não pode ser negociada.
Quem aprende a estabelecer limites descobre que o cuidado começa dentro de si.