Diário Espiritual
A doença inesperada, a dívida que parece impossível de quitar, a perda que abala o coração.
Mas, na verdade, o que mais nos enfraquece não é o tamanho da dificuldade, e sim a forma como nos enxergamos diante dela.
A dúvida é sorrateira.
Chega de mansinho e, quando menos percebemos, já corroeu boa parte da nossa coragem.
É como um cupim: quando aparece o pó, muita coisa já foi roída por dentro.
Assim acontece com a autoconfiança: basta uma fresta de descrença em nós mesmos para o medo tomar proporções muito maiores do que realmente tem.
O problema não está apenas fora. Ele cresce quando esquecemos quem somos.
Quando deixamos de nos lembrar que fomos criados para a vida, para a superação, para o aprendizado.
Quando nos desconectamos de Deus e nos deixamos conduzir apenas pelas nossas inseguranças, qualquer desafio parece insuportável.
Mas a lembrança muda tudo.
Lembrar que somos sustentados por uma força maior, que não caminhamos sozinhos, que nossa história é maior do que os tropeços do presente.
Lembrar que a vida não é feita para nos derrotar, mas para nos ensinar.
Quando essa consciência desperta, a esperança volta a respirar dentro de nós, e a persistência deixa de ser peso para se tornar direção.
Porque persistir não é vencer de uma vez.
Persistir é levantar hoje, mesmo sem todas as respostas.
É dar mais um passo, mesmo sem enxergar o caminho inteiro.
É confiar que o amanhã pode florescer diferente quando escolhemos não desistir agora.
A persistência não nasce da ausência de problemas, mas da certeza de quem somos e de quem caminha conosco.