Diário Espiritual
Ciclos que começaram antes de nós gritos onde poderia ter havido diálogo, silêncios que pesaram mais do que palavras, feridas que ficaram como marcas invisíveis na alma. Essas dores não podem ser negadas nem diminuídas. Elas são reais.
Mas o Evangelho nos lembra que, ainda assim, é possível transformar. A cura não começa quando esquecemos o que aconteceu, mas quando percebemos que podemos responder de outra forma. Não porque a força esteja apenas em nós, mas porque Deus nos sustenta.
É Ele quem coloca em nossas mãos a consciência e a coragem de dizer basta. O ciclo pode até ter começado antes de nós, mas não precisa continuar através de nós. A graça nos dá esse poder de interromper.
Não é fácil. Nem sempre é justo carregar essa tarefa. Mas é libertador perceber que a repetição não é destino. Cada vez que escolhemos responder com amor em vez de ódio, com escuta em vez de silêncio, com paciência em vez de violência, a vida dá um passo em direção à cura.
Essa escolha não apaga o passado, mas planta um futuro diferente. E quando o coração se abre para Deus, a força que parecia faltar se renova. Porque não caminhamos sozinhos: existe sempre uma presença que nos acompanha e diz em silêncio , “eu estarei contigo todos os dias.”
A dor pode ter vindo por outros, mas com Deus ela pode terminar em você e recomeçar em paz.