30.07.25
O amor, assim como a semente, nasce pequeno, envolto por esperanças e expectativas. Muitas vezes, é plantado no terreno fértil da fantasia, onde tudo parece possível, onde o calor da emoção faz florescer sonhos. Mas essa “semente de ilusão” precisa enfrentar uma dura verdade: antes de florescer de verdade, ela precisa morrer — ou melhor, se transformar.
Morrer aqui não é o fim, mas o início de algo mais profundo. É deixar para trás o encantamento superficial, as idealizações que criamos sobre o outro e sobre o que achamos que o amor deve ser. É atravessar a dor, o desentendimento, a frustração — momentos que parecem perdas, mas que, na verdade, são o solo que prepara o verdadeiro florescimento.
Só quando a ilusão morre, o amor verdadeiro tem chance de nascer. Aquele amor que não se alimenta apenas de promessas, mas de presença. Que não exige perfeição, mas acolhe as imperfeições com compaixão. O amor que germina depois da queda é mais forte, mais consciente, mais real. Tal como uma planta que rompe a terra em busca de luz, o amor que sobrevive à morte da ilusão cresce com raízes mais fundas. Ele floresce devagar, nutrido pela entrega, pela paciência e pelo aprendizado.
No fim das contas, amar é aceitar esse ciclo: plantar com esperança, deixar morrer o que era ilusão, e, só então, colher algo verdadeiro.