Diário Espiritual

Reprimimos pensamentos, calamos a raiva, negamos nossos desejos. Achamos que ter fé exige perfeição. Que ser bom é o mesmo que ser silencioso.

Mas então, num sonho, ou num momento de lucidez, nos vemos sendo alguém que nunca imaginamos ser: cruéis, vingativos, poderosos. Acordamos assustados, achando que estamos nos perdendo. Será que falhamos com Deus? Será que nosso coração escureceu?

E é então que, em algum ponto da alma, reencontramos uma versão antiga de nós mesmos, uma parte ferida, calada, esquecida. Algo que só queria ser visto. Que gritava por atenção, mas foi chamado de ego. Que chorava por justiça, mas foi chamado de exagero. Que sentia, mas nunca teve espaço para sentir.

Ali, nesse encontro íntimo, entendemos: nem tudo que julgamos como "ruim" era maldade. Algumas coisas eram apenas dor. Partes ignoradas. Verdades não ditas. Emoções honestas.

E então, aprendemos a orar de outro jeito. Não mais com medo de decepcionar a Deus, mas com coragem de sermos inteiros diante Dele. De joelhos, sim… mas não por culpa.

Por amor.

Porque Deus não se escandaliza com a nossa sombra. Ele só quer que a gente não se perca nela.

Luh Oliveira

Luh Oliveira, escritora, estrategista de marketing e produtora de conteúdo. Apaixonada por espiritualidade e desenvolvimento pessoal, une sua experiência em pesquisa científica, comunicação e reprogramação mental para inspirar transformação.

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