Diário Espiritual

O corpo pede descanso, mas a mente insiste em lembrar de tudo o que ainda não consegui resolver: cobranças da família, dependência financeira, a sensação de estar atrasada na vida.

E aí vem aquela pergunta incômoda: “Será que eu não deveria já estar independente, livre, vivendo do que amo?”

Eu sei que a resposta é sim. Mas também sei que não é simples assim. Entre o sonho e a realidade existem boletos, expectativas, culpas.

Tem horas em que a pressão é tanta que os pensamentos mais pesados tentam me visitar. Mas percebo: eu não quero desistir da vida. O que quero é desistir desse fardo. Quero respirar sem me sentir culpada, sem me sentir controlada, sem achar que sou um peso para alguém.

E, no fundo, eu já sei qual é a resposta. Ela sempre volta: a escrita. Escrever é meu lugar de verdade, o dom que Deus me confiou para florescer. É o que me lembra que, mesmo quando o mundo me puxa para baixo, ainda existe dentro de mim uma chama que não se apaga.

Talvez você também sinta essa cobrança. Talvez também viva entre sonhos e culpas. Se for assim, respira comigo: a independência não nasce de um salto, mas de degraus pequenos. E cada passo, por menor que pareça, já é uma vitória.

Você não é inútil. Você não é fraco. Você só está carregando mais do que deveria sozinho.

Entrega esse peso a Deus, confia, e deixa Ele renovar suas forças. Com calma, um degrau de cada vez.