Diário Espiritual
Durante muito tempo, eu confundi autocuidado com egoísmo.
Achava que dizer “não” era ser fria. Que pedir um tempo pra mim era abandono.
E que pensar nas minhas dores era sinal de fraqueza ou vaidade.
Mas hoje entendo melhor:
Ser gentil também é ser gentil comigo.
É me oferecer a mesma paciência que ofereço a quem amo.
É perceber quando estou cansada demais para dar…
E, em vez de forçar, acolher.
Porque gentileza verdadeira não é sobre agradar a todos.
É sobre não se trair.
Jesus não nos pediu para nos anular.
Ele disse:
“Ame ao próximo como a ti mesmo.” (Marcos 12:31)
E esse “como a ti mesmo” carrega uma lição silenciosa:
só quem se trata com dignidade pode amar com inteireza.
Então não, não é egoísmo quando você escolhe se proteger do que te machuca.
Não é egoísmo quando você escolhe ficar em silêncio em vez de se explicar pra quem não quer te entender.
E não é egoísmo quando você fecha os olhos e ora por si mesma antes de tentar salvar o mundo.
Isso é coerência espiritual.
Porque o amor de verdade, aquele que toca, cura e transforma, começa dentro.
Na forma como você se cuida em silêncio.
Na gentileza que não precisa ser exibida.
No descanso que permite que você continue amando.
Você não precisa se anular pra ser luz.
Só precisa estar inteira pra não apagar.