Diário Espiritual
Não porque Deus quer nos punir, mas porque certas verdades só se revelam no silêncio da alma ferida.
Às vezes, o que mais machuca não é o que nos acontece, mas o que ele desperta em nós, o medo de não ser suficiente, a velha ferida da rejeição, a sensação de abandono. E é ali, no ponto exato em que a dor toca, que algo também se revela: uma crença, uma memória, um padrão que precisa ser revisto com amor.
A espiritualidade não romantiza o sofrimento, mas também não o descarta. Ela nos convida a olhá-lo como um espelho. Não para nos culpar, mas para nos libertar.
Às vezes a pergunta não é “por que isso está acontecendo comigo?”, mas “o que isso quer me mostrar sobre mim?”.
A resposta pode vir em forma de autoconsciência. Pode vir em forma de mudança. Pode vir em forma de compaixão por quem também sofre em silêncio.
Quando nos permitimos ver a dor com olhos mais brandos, o julgamento dá lugar à lucidez. E o que parecia um castigo se torna caminho.
Não se trata de merecer ou não a dor. Se trata de o que escolhemos fazer com ela.