Diário Espiritual
Porque, no fundo, eu sei que Deus me ama.
Mas será que eu confio nisso quando erro?
Será que eu me deixo alcançar quando me sinto imperfeita?
Paulo falava sobre isso.
Que não é o mérito que salva, mas a fé.
Não aquela fé barulhenta, cheia de fórmulas.
Mas a fé quieta, que se ajoelha por dentro e diz:
“Mesmo assim, eu acredito.”
A fé que não se justifica, mas se entrega.
Ele escreveu para os romanos, um povo forte, culto, racional.
E disse que a graça não era privilégio de quem sabia mais.
Mas de quem tinha coragem de abrir o coração.
Gentios, judeus, doutores ou simples — todos podiam ser alcançados.
E isso me alivia. Porque às vezes me cobro demais.
Me pergunto se estou orando certo, se estou entendendo tudo,
se estou fazendo o suficiente para merecer amor.
Mas Paulo me lembra que o amor não se merece.
Se acolhe.
Que não há nome, passado, nem religião que impeça
o que vem de Deus — porque o evangelho é para todos.
Para quem tropeça e se levanta.
Para quem tem mais perguntas que respostas.
Para quem ama e não sabe explicar por quê.
Hoje eu entendi:
Ser Cristão não é carregar um crachá.
É carregar o coração aberto.
Mesmo quando ele está machucado.